Enquanto estavamos fazendo atualizações de Planos de Continuidade de Negócios, Planos de Gerenciamento de Crises, Planos de Comunicação em Crises cobrindo o H1N1 nos ultimos anos, com muito medo que realmente um dia os utilizaríamos, esquecemos que nosso planeta e nossa sociedade é repleta de outras terríveis ameaças biológicas e epidemiológicas. O Ebola é a mais terrivel na minha opinião, e pode mudar o mundo como o conhecemos hoje, e torçam para não haver variações. O H1N1 por exemplo já está em H1N9, variações que sequer tem tido vascinas recentes.
Fiz vários planos que contemplam preparações e gerenciamento deste tipo de crises, porém com o Ebola é diferente!
Segundo o website da MSF – Médicos sem fronteiras no Brasil, a reação já está demorando, e pode comprometer a resposta ao incidente, que neste momento já É UMA CRISE MUNDIAL, não se iluda!
“Nesta sexta-feira, 8 de agosto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a epidemia de Ebola emergência internacional de saúde pública. Veja a resposta do diretor operacional de Médicos Sem Fronteiras (MSF), Bart Janssens, à esta medida:
“Declarar Ebola uma emergência internacional de saúde pública mostra quão seriamente a OMS está assumindo o surto atual, mas declarações não salvam vidas.
Agora, precisamos que esta declaração se traduza em ação imediata em campo. Por semanas, MSF tem repetido que uma massiva resposta médica, epidemiológica e de saúde pública é desesperadamente necessária para salvar vidas e reverter o curso da epidemia. Vidas estão sendo perdidas porque a resposta é lenta demais.
Países que possuem as capacidades necessárias devem enviar imediatamente os infectologistas disponíveis e kits de socorro para a região. Está claro que a epidemia não será contida sem um envolvimento massivo destes Estados.
Em termos concretos, tudo precisa ser radicalmente ampliado: atendimento médico, treinamento de profissionais de saúde, controle de infecção, rastreamento das pessoas que tiveram contato com pessoas infectadas, vigilância epidemiológica, sistemas de alerta e referência, mobilização comunitária e educação (sobre o vírus).
MSF conta atualmente com 66 profissionais internacionais e 610 nacionais respondendo à crise nos três países afetados. Todos os nossos especialistas em ebola estão mobilizados, nós simplesmente não podemos fazer mais.”
Atualização operacional de Médicos Sem Fronteiras na resposta à epidemia de Ebola
Equipes de emergência da organização internacional MSF prosseguem nos seus esforços de combate à epidemia de Ebola na África Ocidental. A doença já causou 932 mortes desde o início da epidemia em março deste ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Nas últimas semanas, equipes de MSF observaram um preocupante pico na epidemia, com o número de casos aumentando dramaticamente em Serra Leoa e Libéria, e a doença se espalhando para muito mais cidades e vilarejos.
Atualmente, MSF conta com 676 profissionais trabalhando na Guiné, Serra Leoa e Libéria, mas a organização alerta que chegou ao limite em termos de recursos humanos, insistindo para que OMS, autoridades de saúde e outras organizações intensifiquem sua resposta.
Guiné
Na Guiné, MSF administra dois centros de gestão de casos de Ebola – um na capital, Conakry, e outro em Guéckédou, no sudoeste do país, onde a epidemia teve início. Após um intervalo no surgimento de novos casos na Guiné, as últimas semanas registraram um aumento no número de infecções e mortes decorrentes do Ebola. Há, atualmente, 17 pacientes em Conakry e nove em Guéckédou.
No centro transitório de Macenta, no sudoeste da Guiné, perto da fronteira com a Libéria, MSF está ajudando o Ministério da Saúde ao transferir os pacientes com Ebola de ambulância para avaliação de caso em Conakry ou Guéckédou. Os pacientes chegam de uma ampla região, incluindo a área de Nzerekore.
Números da Guiné
MSF conta atualmente com 31 profissionais internacionais e 300 profissionais guineenses trabalhando no país.
Até o momento, os centros de gestão de caso de MSF em Conakry receberam 232 pacientes, dos quais 124 tiveram confirmada a infecção pelo Ebola. Sessenta e quatro pacientes se recuperaram e voltaram para casa.
Em Guéckédou, os centros de gestão de caso de MSF receberam 366 pacientes até o momento, dos quais 169 tiveram confirmada a infecção pelo Ebola. Quarenta e seis pacientes se recuperaram e voltaram para seus lares.
Serra Leoa
Em Serra Leoa, o centro de gestão de casos de Ebola em Kailahun, perto da fronteira com a Guiné, foi ampliado para 80 leitos para lidar com o número cada vez maior de pacientes. Cerca de cinco a dez pacientes são recebidos por dia. Atualmente, há 60 pacientes no centro. Nove pacientes receberam alta no dia 4 de agosto depois de terem se curado da doença.
Enquanto isso, 200 agentes comunitários de saúde estão promovendo atividades de conscientização de saúde na região para difundir entre a população o conhecimento a respeito do Ebola e de como se proteger da infecção.
Números de Serra Leoa
Atualmente, MSF conta com 26 funcionários internacionais e 300 funcionários serra-leoneses trabalhando no país.
No total, os centros de gestão de casos de MSF receberam 260 pacientes, dos quais 174 tiveram confirmada a infecção pelo Ebola. Trinta e seis pacientes se recuperaram e voltaram para seus lares.
Libéria
A situação em Monróvia, capital da Libéria, é “catastrófica”, de acordo com Lindis Hurum, coordenadora de emergência de MSF na Libéria. Há relatos de pelo menos 40 funcionários de saúde infectados pelo Ebola nas últimas semanas. A maioria dos hospitais da cidade está fechada e há relatos de corpos largados em ruas e casas.
Equipes de MSF estão oferecendo apoio técnico para um centro de gestão de casos de Ebola em Monróvia, em parceria com o Ministério da Saúde, iniciando a construção de um novo centro de gestão de casos.
Uma equipe de MSF instalada em Guéckédou, Guiné, deu início recentemente a uma resposta na região de Lofa, Libéria, junto à fronteira com a Guiné, uma das mais afetadas pelo Ebola.
MSF está reforçando sua equipe atual de nove profissionais internacionais e dez profissionais liberianos, mas a organização está chegando ao limite de sua capacidade, sendo extremamente necessário que OMS, o Ministério da Saúde e outras organizações intensifiquem rápida e massivamente sua resposta na Libéria.
Serra Leoa: corrida contra o tempo para controlar o surto de Ebola
11/07/2014
A demora para encontrar e acompanhar pessoas que tiveram em contato com pessoas doentes facilita a propagação do vírus.
Nas últimas duas semanas, Médicos Sem Fronteiras (MSF) tratou mais de 70 pacientes com sintomas de Ebola no centro de tratamento de Kailahun, no leste de Serra Leoa. MSF está preocupada com a possibilidade de um aumento no número de pacientes, já que as equipes começaram a trabalhar para encontrar pessoas com o vírus.
“Para acomodar o crescente número de pacientes, MSF expandiu a capacidade do centro de tratamento de 32 para 65 leitos”, diz a coordenadora de emergência Anja Wolz.
Além de tratamento médico, para controlar o surto será necessário um grande número de pessoas para capacitar os profissionais de saúde em medidas de controle da infecção; acompanhar e rastrear as pessoas infectadas e seus contatos; criar uma rede de vigilância epidemiológica e disseminar mensagens de saúde pública.
Por conta de recursos humanos limitados, MSF está concentrando seus esforços no tratamento de pacientes e na educação das comunidades sobre a doença. No momento, mais de 150 profissionais nacionais e internacionais estão trabalhando no controle do surto em Serra Leoa.
MSF está preocupada com casos escondidos
MSF está correndo contra o tempo para impedir a propagação da doença. “Estamos enfrentando uma pressão imensa: quanto mais se demora para encontrar e acompanhar as pessoas que tiveram em contato com as pessoas doentes, mais difícil será controlar a doença”, diz Wolz.
O Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS) estão começando a reforçar as equipes para o contato de rastreamento. De fato, os pacientes ainda precisam ser identificados – cerca de 40 foram registrados em apenas uma vila em Ngolahun (na Província do Leste, em Serra Leoa). “Ainda não temos ideia de quantas vilas foram afetadas. Tenho receio de que estejamos vendo apenas a ponta do iceberg”, acrescenta Wolz.
Instalações de tratamento especializado
Ao montar centros de tratamento e unidades de trânsito próximos aos vilarejos afetados, MSF pode tratar pacientes rapidamente e reduzir o risco de infecção nos hospitais locais e nas comunidades. Nas unidades de trânsito em Koindu e Daru, pacientes que apresentam os sintomas são isolados enquanto esperam os resultados dos exames.
A cepa Zaire do vírus Ebola pode matar até 90% dos pacientes, mas os pacientes que receberam tratamento aos primeiros sinais da doença têm mais chances de sobreviver.
Educação é indispensável
O Ebola gera medo dentro das comunidades e as pessoas com a doença são, frequentemente, estigmatizadas. “Famílias podem ser expulsas de suas cidades e as pessoas doentes podem ser deixadas para morrerem sozinhas”, diz Wolz. Apoio psicológico é oferecido aos pacientes e suas famílias. As equipes de MSF organizam atividades participativas de promoção de saúde com pacientes curados. Para reduzir o temor, também estão realizando campanhas de sensibilização para informar as pessoas sobre como o vírus se propaga. Assim como estão encorajando as pessoas a relatar casos de febre hemorrágica, evitar contato com pessoas infectadas com o vírus e a não tocar em cadáveres de alguém que contraiu Ebola.
O surto de Ebola que atualmente se espalha pela África Ocidental está alcançando níveis sem precedentes em termos de disseminação geográfica, número de casos e de vítimas. Segundo a OMS, foram registrados 848 casos de Ebola e 518 mortes na Guiné, Serra Leoa e Libéria desde o início do surto.
Nos dias 2 e 3 de julho de 2014, 11 ministros da Saúde da região, OMS e organizações internacionais se reuniram em Acra (Gana) para avaliar a situação e tomar medidas para frear o surto.
MSF pediu a todas as partes presentes para que transformem suas promessas em ações de campo imediatas – em outras palavras, para que disponibilizem médicos qualificados, que organizem sessões de treinamento sobre como tratar Ebola, que melhorem o rastreamento de contatos e ampliem as atividades de sensibilização.
MSF também pediu que líderes e pessoas influentes nos países afetados divulguem mensagens de saúde pública nas comunidades afetadas, já que essa é a única forma de reduzir o medo e o estigma.
Se contraído, o Ebola é uma das doenças mais mortais que existem. É um vírus altamente infeccioso que pode matar mais de 90% das pessoas que o contraem, causando pânico nas populações infectadas.
A organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) tratou centenas de pessoas com a doença e ajudou a conter inúmeras epidemias ameaçadoras.
“Eu estava coletando amostras de sangue de pacientes. Nós não tínhamos equipamentos de proteção suficientes e eu desenvolvi os mesmo sintomas”, diz Kiiza Isaac, um enfermeiro ugandense. “No dia 19 de novembro de 2007, recebi a confirmação do laboratório. Eu havia contraído Ebola”.
Fatos
A primeira vez que o vírus Ebola surgiu foi em 1976, em surtos simultâneos em Nzara, no Sudão, e em Yambuku, na República Democrática do Congo, em uma região situada próximo do Rio Ebola, que dá nome à doença.
Morcegos frutívoros são considerados os hospedeiros naturais do vírus Ebola. A taxa de fatalidade do vírus varia entre 25 e 90%, dependendo da cepa.
“MSF foi para Bundibugyo e administrou um centro de tratamento. Muitos pacientes receberam cuidados. Graças a Deus, eu sobrevivi. Depois da minha recuperação, me juntei a MSF”, conta Kiiza.
Estima-se que, até janeiro de 2013, mais de 1.800 casos de Ebola tenham sido diagnosticados e quase 1.300 mortes registradas.
Primeiramente, o vírus Ebola foi associado a um surto de 318 casos de uma doença hemorrágica no Zaire (hoje República Democrática do Congo), em 1976. Dos 318 casos, 280 pessoas morreram rapidamente. No mesmo ano, 284 pessoas no Sudão também foram infectadas com o vírus e 156 morreram.
Há cinco espécies do vírus Ebola: Bundibugyo, Costa do Marfim, Reston, Sudão e Zaire, nomes dados a partir dos locais de seus locais de origem. Quatro dessas cinco cepas causaram a doença em humanos. Mesmo que o vírus Reston possa infectar humanos, nenhuma enfermidade ou morte foi relatada.
MSF tratou centenas de pessoas afetadas pelo Ebola em Uganda, no Congo, na República Democrática do Congo, no Sudão, no Gabão e na Guiné. Em 2007, MSF conteve completamente uma epidemia de Ebola em Uganda.
O que causa o Ebola?
O Ebola pode ser contraído tanto de humanos como de animais. O vírus é transmitido por meio do contato com sangue, secreções ou outros fluídos corporais.
Agentes de saúde frequentemente são infectados enquanto tratam pacientes com Ebola. Isso pode ocorrer devido ao contato sem o uso de luvas, máscaras ou óculos de proteção apropriados.
Em algumas áreas da África, a infecção foi documentada por meio do contato com chimpanzés, gorilas, morcegos frutívoros, macacos, antílopes selvagens e porcos-espinhos contaminados encontrados mortos ou doentes na floresta tropical.
Enterros onde as pessoas têm contato direto com o falecido também podem transmitir o vírus, enquanto a transmissão por meio de sêmen infectado pode ocorrer até sete semanas após a recuperação clínica.
Ainda não há tratamento ou vacina para o Ebola.
Sintomas
No início, os sintomas não são específicos, o que dificulta o diagnóstico.
A doença é frequentemente caracterizada pelo início repentino de febre, fraqueza, dor muscular, dores de cabeça e inflamação na garganta. Isso é seguido por vômitos, diarreia, coceiras, deficiência nas funções hepáticas e renais e, em alguns casos, sangramento interno e externo.
Os sintomas podem aparecer de dois a 21 dias após a exposição ao vírus. Alguns pacientes podem ainda apresentar erupções cutâneas, olhos avermelhados, soluços, dores no peito e dificuldade para respirar e engolir.
Diagnóstico
Diagnosticar o Ebola é difícil porque os primeiros sintomas, como olhos avermelhados e erupções cutâneas, são comuns.
Infecções por Ebola só podem ser diagnosticadas definitivamente em laboratório, após a realização de cinco diferentes testes.
Esses testes são de grande risco biológico e devem ser conduzidos sob condições de máxima contenção. O número de transmissões de humano para humano ocorreu devido à falta de vestimentas de proteção.
“Agentes de saúde estão, particularmente, suscetíveis a contraírem o vírus, então, durante o tratamento dos pacientes, uma das nossas principais prioridades é treinar a equipe de saúde para reduzir o risco de contaminação pela doença enquanto estão cuidando de pessoas infectadas”, afirma Henry Gray, coordenador de emergência de MSF durante um surto de Ebola em Uganda em 2012.
“Nós temos que adotar procedimentos de segurança extremamente rigorosos para garantir que nenhum agente de saúde seja exposto ao vírus, seja por meio de material contaminado por pacientes ou lixo médico infectado com Ebola”.
Tratamento
Ainda não há tratamento ou vacina específicos para o Ebola.
O tratamento padrão para a doença limita-se à terapia de apoio, que consiste em hidratar o paciente, manter seus níveis de oxigênio e pressão sanguínea e tratar quaisquer infecções. Apesar das dificuldades para diagnosticar o Ebola nos estágios iniciais da doença, aqueles que apresentam os sintomas devem ser isolados e os profissionais de saúde pública notificados. A terapia de apoio pode continuar, desde que sejam utilizadas as vestimentas de proteção apropriadas até que amostras do paciente sejam testadas para confirmar a infecção.
MSF conteve um surto de Ebola em Uganda em 2012, instalando uma área de controle entorno do centro de tratamento.
O fim de um surto de Ebola apenas é declarado oficialmente após o término de 42 dias sem nenhum novo caso confirmado.
Não só atualize seu PCN, mas discuta em sua comunidade. Procure as autoridades de saúde de sua região e questione o que está sendo feito. O Brasil é costumeiramente atrasado nestas preparações e até o momento não vi nada do Ministério da saúde falando a respeito.